Contabilidade de custos: por que tê-la em sua empresa?

O artigo trata da importância do uso da Contabilidade de custos pelas empresas.

Nenhuma empresa existente no mundo, e constituída formalmente, pode deixar de ter regulados seus processos financeiros de tal modo que haja um equilíbrio de suas contas com base em seus planejamentos, organizações e controles dos seus custos empresariais.

Para compreender melhor sobre o equilíbrio financeiro empresarial deve-se inicialmente entender o conceito de custos, e logo após a Gestão de Custos, dessa forma, apresenta-se os custos como todos os gastos que estão associados e diretamente relacionados a um produto ou bem, até deixá-lo em condições de se vender, isto é: a soma em dinheiro de tudo aquilo que se utiliza para produzir um bem/serviço ou ainda adquirir esse bem/serviço para que ele(s) sejam vendidos é chamada de custos.

A empresa para funcionar em condições normais e ter resultados positivos deve possuir o básico, assim, ela tem que dispor de matéria-prima, gastos financeiros, com pessoal, com manutenção de máquinas e equipamentos, dentre outros. Por essas razões o sistema de custeio é de extrema de importância, pois não é possível planejar e controlar os recursos financeiros de uma empresa, sem a assertiva previsão e controle dos desembolsos citados.

É importante destacar que, quase todas as decisões, administrativas ou técnicas, de uma empresa resultam em custos. O mais importante é escolher uma opção que incorra em menor custo para a empresa. Desse modo, para analisar todos os fundamentos do sistema de custeio de uma organização, se faz necessário uma avaliação de todos os dispêndios que formam o valor das aquisições. Uma correta avaliação dos custos está ligada diretamente ao sucesso financeiro de uma empresa (BRITO, 2010).

Há vários tipos de custos, contudo, destacam-se aqui alguns deles que são considerados como mais utilizados na Gestão de custos das empresas. Explica-se que existem aspectos a serem considerados nesse tipo de Gestão.

Segundo Bornia (2010), os custos são classificados quanto à variabilidade, quanto à facilidade de alocação, quanto à tomada de decisões e quanto à facilidade de eliminação.

Essa classificação dos custos considerando sua relação com o volume de produção divide-os em custos fixos e variáveis. Os custos fixos são aqueles que independem do nível de atividade da empresa no curto prazo, ou seja, não variam com alterações no volume de produção, enquanto que, os custos variáveis, ao contrário, estão intimamente relacionados com a produção, isso é, crescem com o aumento do nível de atividade da empresa, tais como os custos de matéria-prima (FERNANDES, 2012).

Já os custos fixos são aqueles decorrentes da estrutura produtiva instalada na organização, que independem da quantidade que venha a ser produzida dentro do limite da capacidade instalada. Vale ressaltar que, o tipo de custo tem ligação direta com o volume de produção ou de vendas, assim, quanto maior for seu volume de produção maior serão os custos variáveis totais.

Para essa classificação citada, os custos diretos são aqueles diretamente ligados com as unidades de alocação de custos como, por exemplo, produtos, processos, setores, clientes, etc.

De acordo com Martins (2010), os custos diretos a serem considerados são: Matéria-prima (MD) que é um custo geralmente conhecido pela empresa por suprir com a base dos materiais ou elementos (in natura) encontrados e que servirão para a criação/formação dos produtos; a Mão de obra direta (MOD) representa o custo do pessoal que trabalha diretamente na produção, pode ser com Materiais de embalagem. Há custos com a depreciação dos equipamentos (essa situação ocorre quando o equipamento é utilizado para produzir apenas um tipo de produto); outro exemplo desse tipo de custo é a energia elétrica que é utilizada para que as máquinas funcionem adequadamente (nesse caso vai se saber quanto foi consumido na fabricação de cada produto). Já os custos indiretos são difíceis de mensuração e identificação para cada produto produzido ou serviço prestado. Só para se ter ideia, para se conseguir a relação de custo para cada unidade produzida ou para serviço prestado é necessário utilizar o método de rateio para alocação dos custos.

Apresentados a definição de custos explica-se sobre a Contabilidade de custos, área extremamente fundamental para a empresa no que se refere a manutenção do equilíbrio de seus orçamentos e gastos que devem ser contabilizados de maneira adequada para que não ocorram problemas futuros de excessos de gastos.

Pesquisas recentes revelam que a contabilidade de custos originou-se em conjunto com a necessidade de análise e avaliação dos estoques no setor industrial. Atualmente a principal função da contabilidade de custos é contemplar o controle e a decisão empresarial, pois esta tem a função de auxiliar o administrador a apurar, analisar e estruturar os dados que compõem o custo de produção de uma atividade ou produto, de forma a vislumbrar um diagnóstico amplo que contribua para o melhor gerenciamento, com informações e dados necessários que auxiliem no processo decisório e administrativo da empresa.

Destarte, é indispensável que a empresa trabalhe cada vez mais na eficiência de sua produção, procurando constantemente o aperfeiçoamento e padronização dos seus métodos de trabalho e controle de qualidade dos seus produtos (FLOR; CORREIA, 2016).

Os termos e definições mais usados na gestão de custo consoante Leone (2012, p. 24-26), são:

Gasto: Esforço que a entidade realiza para a obtenção de um bem ou serviço, representado por entrega ou promessa de entrega de ativos. O gasto se concretiza quando os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da empresa.

Desembolso: É a saída de caixa para atender a aquisição de um bem ou serviço, onde pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do gasto.

Outros termos também são importantes serem destacados para que não haja confusão em relação ao entendimento dos termos e possa se compreender melhor a relação entre eles:

Despesa: Gastos com bens e serviços consumidos direta ou indiretamente com a finalidade de obtenção de receitas.

Custo: Gastos acumulados para executar uma atividade, fabricar um produto ou adquirir uma mercadoria.

Investimento: Gastos com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros.

Perda: Gastos não-intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa. (LEONE, p. 26)

Além das definições mais usadas mencionadas acima, Santos (2016) alude que, existem outras terminologias que são largamente utilizadas na gestão de custo, como é o caso da depreciação, desperdícios, atividades e processo. Segundo Rocha (2019) a depreciação corresponde ao registro contábil do desgaste do bem, adquirido anteriormente e colocado à disposição da produção. Os desperdícios são gastos incorridos no processo produtivo ou geração de receitas e que possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade de bens, serviços ou receitas geradas.

Atualmente, o desperdício está sendo classificado como custo ou despesa e sua identificação e eliminação é fator determinante do sucesso ou fracasso de um negócio. Consoante esse entendimento, tem-se as atividades que tratam de quaisquer eventos que consomem recursos da empresa ou entidade, portanto, são necessários para o desenvolvimento de quaisquer processos industrial, operacional ou administrativo. São as atividades que justificam os gastos de recursos para a produção de bens e serviços. E por fim, o processo que trata de um conjunto ou sequência de atividades logicamente relacionadas e coordenadas que visam à obtenção de resultados, para os quais são consumidos recursos.

Valer citar aqui, outros tipos de custo muito utilizados e que tem suas importâncias relevadas para os processos de transporte, distribuição, armazenamento, dentre outros. Estes tipos são os Custos logísticos.

No que concerne à Logística de transporte é imprescindível asseverar que seu conceito ultrapassa a ideia de movimentação de cargas. Desse modo, para Fernandes (2012) a logística trata-se de um ato de planejar, projetar e controlar de maneira eficaz um determinado custo, tal como reconhecer todo o trajeto do fluxo da produção e armazenagem de matérias-primas, a fim de atender aos anseios dos clientes.

Com o processo de Globalização, de acordo com Novaes (2009) houve uma grande expansão do comércio internacional, fato que aflorou a ideia das exportações do mercado interno, e que se fará necessário que a logística venha a acompanhar a evolução do comércio. Assim, existem alguns elementos que são cruciais para o sucesso de todas as fases do processo logístico, e que permitem que a mercadoria chegue ao consumidor com pontualidade e no local determinado.

Sabe-se que o comércio apresenta grandes desafios que, sob a ótica do transporte, devem ser diariamente superados a fim de melhorar o processo de logística, que mesmo com os avanços tecnológicos e a alta competitividade, ainda são necessários para enfrentar grandes problemas como a falta de segurança nas estradas, roubo de cargas, acidentes, condições precárias das vias, recrutamento de profissionais qualificados terceirização dos serviços logísticos, defasagem dos preços de frete e concorrência elevada.

Outro ponto importante para o bom transporte deve ser a escolha de profissionais altamente qualificados que devem possuir experiência como condutores, fato que terá reflexo tanto nas vendas como no transporte de cargas com segurança e integridade da mesma.

No que concerne às competências, Brito (2010) destaca que para lidar com esse tipo de demanda pode-se elencar o domínio da legislação de transporte; perspicácia e flexibilidade para solucionar problemas de maneira ágil e criativa; domínio do processo de gestão, roteirização e rastreamento; domínio dos tributos aplicados à prestação de serviços de frete, dentre outros. Todos esses fatores, se bem gerenciados e desenvolvidos resultam no aumento do percentual de vendas da empresa.

Assim, vale destacar que o processo de vendas não se resume apenas a etapa da venda e pós-venda, mas abrange também as etapas essenciais e que servem de base para o sucesso das demais, que consiste na logística, gestão de qualidade, propaganda e no marketing, tornando-se um regime complexo onde o profissional desta área deverá apresentar subsídios que oriente o correto emprego dos recursos e ferramentas em prol de atingir os objetivos da empresa e satisfazer o mercado internacional de maneira eficaz quando comparado à concorrência (SILVA et al., 2011).

Há também os custos de estoque que pode se definir como sendo o conjunto de funções em que são reconhecidas as atividades de recepção, descarga, carregamento, arrumação e conservação das matérias-primas, sendo que nesta fase se organizam e gerenciam todas as etapas de operação de recebimento e expedição de qualquer tipo de cargas, tem como importância garantir a segurança de uma carga desde seu recebimento até seu destino final (SOUZA, 2013).

Por isso tudo apresentado, o nível de serviço deve ser um fator a se considerar. Gapski (2014) afirma que a tentativa de elevar a qualidade e o nível de serviço de transporte de produção, que o segmento de logística continua sendo um dos grandes obstáculos gerenciais, no qual o estoque é um fator preponderante na elaboração de custos e níveis de eficiência e eficácia da cadeia produtiva. O autor Rago (2012) explica que o estoque é o processo de recebimento, conferência, classificação e estocagens de produtos. No mesmo raciocínio, Moura (2010) define estoque como sendo um fator genérico que está interligado a execução de todas as atividades onde escolhe um ponto para a guarda temporária da produção e sua correta distribuição.

Ballou (2010) afirma que o estoque corresponde a uma adequada administração de um espaço necessário para armazenar uma determinada produção, e deverá ser reconhecido alguns fatores como localização, organização do armazém, arranjo físico, recuperação do estoque, dentre outros, correspondendo a um elemento primordial no processo de desenvolvimento da gestão de atividades logísticas.

Destaca-se que é nesta fase do processo logístico que se encontra os maiores entraves no fluxo de escoamento da produção, pois se reconhece o alto déficit estabelecido entre o quantitativo produzido e o quantitativo que consegue ser armazenado em condições adequadas.

Conforme Batista, Soares e Passarello (2014, p.21) “o processo de manutenção de estoque é uma ferramenta essencial no progresso da logística”, no que tange a oferta e a demanda, sendo possível efetuar um controle expressivo dos produtos e dos custos.

Por isso exposto, entende-se que se a empresa com ajuda do seu gestor ou contador não estabelecer corretamente o quantitativo de seu estoque, ou seja, trabalhar com estoque excedente ou pelo contrário o mínimo haverá problema com os seus custos de estoque.

Somente com a ajuda da Contabilidade de custos é que a gestão empresarial pode manter um equilíbrio dos gastos da empresa. Essa Contabilidade tem como objetivo maior o controle de custos, despesas e outros gastos que devem ser registrados pelo contador ou profissional responsável pelas finanças empresariais.

A Contabilidade de custos deve ser bem trabalhada para que os dados e informações possam ajudar o gerente na tomada de decisões acertadas. Se por outro lado as informações forem erradas ou não forem registradas corretamente pode resultar num processo decisório deficiente.

Por fim, para haver uma boa Contabilidade de custos que ajude a gestão financeira a estar em equilíbrio é condição importante manter as contas e gastos sob controle, assim, todos os registros da conta caixa corretos, além disso, o fluxo de caixa deve estar controlado, por que se assim não ocorrer, haverá desequilíbrio.

O equilíbrio financeiro existe não somente de forma literal ou teórica com os valores dos custos iguais ao faturamento, mas que haja um aumento dos lucros e baixa dos custos. A empresa deve ter controlado seu capital de giro e este deve estar adequado e programado segundo a situação real da empresa, ou seja, o capital deve corresponder à realidade da empresa. Fora isso, o planejamento financeiro deve ser a primeira ação a se realizar, contando com a organização das contas e de todos os custos existentes e praticados pela empresa, dessa forma, esse planejamento deve estar atualizado e acompanhado com frequência.

Fonte: Administradores.com

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